Gabinete do Ministro da Magia

O clima tenso na sala do Ministério era palpável quando Marie e Nathaniel adentraram de maneira abrupta, encarava Edward, mas logo desviei meu olhar para Marie e Nathaniel, que deixaram a bolsa sobre uma mesa de centro, um longo suspiro escapou de meus lábios e apontei para as cadeiras, indicando que se sentassem. Sabe que ser Vice-Ministra e minha amiga não lhe dá o direito de invadir minha sala, não sabe? Minhas palavras eram firmes, mesmo diante da urgência da situaçãom, mas sabia que, para Marie, inúteis, então respirei fundo e expliquei sobre a informação trazida por Edward e ressaltei a importância de um planejamento minucioso para qualquer ação.

Ao concluir a explicação Nathaniel interveio, informando que tinham um possível endereço sobre onde seu filho poderia estar, meus olhos se fixaram nele por alguns segundos. E onde conseguiu este endereço? Questiono mas antes que Nathaniel pudesse responder, Marie tomou a frente, seu olhar indicava a determinação de uma mãe preocupada. Compreendo claramente o que deseja Marie... Mas não sabemos muito sobre o grupo que está com os Comensais... Meus pensamentos se perdiam na complexidade do problema. Além disso, durante o ataque em Azkaban ocorreram muitas baixas... Preciso analisar tudo minuciosamente e reunir mais informações e pessoal... Preciso de alguns dias.

A raiva nos olhos de Marie era compreensível, mas a situação demandava cautela. Se me permitem... Marie. Nathaniel. O grupo que sequestrou o seu filho deseja algo que está em posse do Ministério. Podemos com toda certeza ir hoje e resgatar seu filho. Mas o que garante a proteção de Laura? Ethan? Lillian? Aaron... o que garante que eles não virão atrás mesmo da filha de vocês? Eu irei ajudar vocês no que me permitirem para que recuperemos vosso filho em segurança e de forma que todas as nossas crianças estejam seguras. Edward argumentava. O que você sugere então, Edward?

Minha fonte disse que o grupo está programando um contato para esta semana ainda, para fazer a troca de seu filho pelo objeto. Aceitamos a troca do menino pelo objeto levando é claro o falso, e trocamos o objeto original de lugar. Eles atacarão o Ministério assim que descobrirem que o objeto que demos a eles é falso... É uma ideia para ser aprimorada. Mas não temos tempo. Edward propunha uma estratégia arriscada, mas eficaz se executada corretamente. Qual seria esse objeto? Perguntei, ciente de que a resposta seria crucial. A única informação sobre o objeto que meu informante conseguiu é o nome. Olho de Etérius.

Solicitei à minha secretária que trouxesse o relatório sobre o objeto. A ideia pode dar certo... Mas o risco não diminui... Meus olhos encontraram os de Marie. Sabe que a situação no Ministério não poderia estar pior devido ao ataque... Se não agirmos com cautela, poderemos colocar em risco toda a sociedade... Quais informações sobre onde está seu filho vocês possuem e quem as entregou? A espera pelo relatório sobre o "Olho de Etérius" começava, mas a necessidade de informações adicionais era premente, enquanto eu escutava atentamente Marie e Nathaniel minha secretária trouxe o relatório sobre o "Olho de Etérius".

Assim que o peguei, comecei a ler sobre o objeto, sua complexidade e o potencial eram evidentes nas páginas, reforçando minha convicção de que não era algo que deveria cair nas mãos erradas. De fato, não é um objeto que poderia cair nas mãos de qualquer um. Comentei, mantendo a seriedade no olhar, Marie me encarou, eu sabia que ela estava prestes a começar a argumentar, um suspiro escapou de meus lábios enquanto ponderava sobre a situação, então me lembrei de uma informação crucial e vasculhei uma gaveta até encontrar um antigo caderno, ao folheá-lo um sorriso surgiu em meu rosto.

Quando eu atuava na MACUSA, havia um homem que prestava esse tipo de serviço para o Ministério americano, ele duplicava quase perfeitamente qualquer item que colocava as mãos... Alfonse Summiregis... Tio do Edward. Encarei Edward enquanto mencionava seu parentesco. O objeto está em posse do Ministério há décadas, mas ninguém nunca fez com que ele funcionasse... Consegue convencer seu tio a duplicar este objeto? Questionei Edward, que afirmou com a cabeça, solicitei que o objeto fosse trazido até mim e, pouco tempo depois, uma caixa ministerial foi colocada sobre a mesa.

Vou deixar o objeto com você, Summiregis... Convença Alfonse a fazer o mais idêntico possível, e assim que tivermos a cópia, negociaremos a troca. Decidi delegando essa tarefa a Edward, em seguida, virei-me para Marie, mantendo a postura séria. Com isso, poderemos recuperar seu filho sem oferecer um risco maior para ele e, com sorte, os Garras Negras não notarão a diferença... Consegue aguardar o tempo necessário para colocar esse plano em ação sem fazer nenhuma loucura antes?



Robert - Emily - Laura - Lillian - Aaron - Edward

Ao encarar Nathaniel se retirando da sala, minha expressão permanece imperturbável, uma máscara de controle que esconde as preocupações e pressões que pesam sobre meus ombros, a responsabilidade de liderar e proteger a comunidade bruxa é uma carga constante e a situação atual com Skriniar adiciona uma camada adicional de complexidade da situação.

Observo Marie, sua resignação palpável no ar, a decisão de aguardar o contato dos Garras Negras para a troca é a mais sensata, mas compreendo a angústia de pais preocupados pela segurança do filho, a troca simulada do objeto mágico é um jogo perigoso e a incerteza paira no ar como uma sombra constante.

Me viro para Edward, transmitindo confiança com um olhar firme. Edward, confio em você para realizar essa tarefa, o sucesso dessa missão depende da precisão e discrição na criação da réplica da reliquia... Não podemos nos dar ao luxo de falhar. Minhas palavras são medidas, enfatizando a seriedade da situação.

À medida que Edward e Marie deixam a sala, solto um suspiro profundo, permitindo que o cansaço momentaneamente se manifeste, a pressão de liderar em tempos turbulentos é algo que poucos compreendem verdadeiramente.

Com a sala agora vazia, minha postura relaxa ligeiramente, resoluto, levanto-me da cadeira e caminho até a janela, observando a o movimento do Ministério, depois decido retornar aos meus afazeres, consciente de que o tempo é um recurso precioso, mesmo em momentos de crise as engrenagens da burocracia não param de girar.



Robert - Emily - Laura - Lillian - Aaron - Edward

Me encontrava com a cabeça cheia em meu escritório, as sombras da responsabilidade pairando como nuvens carregadas, alguns dias após a reunião com Edward, Marie e Nathaniel uma chuva de reviravoltas desafiaram minha capacidade de antecipar os eventos, Nathaniel, preso por traição, gerou uma discussão acalorada com Damon, porém Damon tinha todo o conselho do Ministério com ele naquela decisão, de moto que tudo que consegui foi amenizar a pena para seis meses.

Claro, na ocasião minha mente estava dividida,a fuga de Laura de casa me pegou desprevinido e me incomodava como uma ferida aberta, uma preocupação latente que permeia todos os aspectos de meu ser, mesmo após a carta dela, informando que estava bem e que me encontraria no baile dos Valak, embora trouxesse um alívio momentâneo, não era suficiente para acalmar a tempestade de pensamentos que rodopia em minha mente.

Ao receber a carta de Edward sobre o sucesso na cópia do artefato, um suspiro escapa de meus lábios, pelo menos uma notícia boa, com aquilo seria mais fácil manter o foco no resgate e a segurança de Skriniar e no sucesso da troca proposta por Edward, rapidamente envio a notícia para Marie, sabendo que isso trará algum conforto a ela, mãe preocupada com a segurança do filho, contudo, a sensação de dever cumprido é efêmera, pois a fuga de Laura paira como uma nuvem escura sobre a tranquilidade que a notícia trouxe.

Voltando-me para o trabalho diário, tento afastar os pensamentos pessoais, mergulhando nas tarefas ministeriais, a caneta desliza sobre o papel enquanto assino documentos e respondo a correspondências, mas a mente não está totalmente presente, a angústia continua a latejar, mesmo quando tento manter a postura inabalável esperada de um Ministro da Magia. O dia avança, e enquanto cumpro com as obrigações do cargo, embora, por trás do Ministro, permanece um homem, um pai, preocupado com sua filha.



Robert - Emily - Laura - Lillian - Aaron - Edward

O escritório do Ministério da Magia estava mergulhado em um silêncio quase palpável, apenas interrompido pelos arrastar de penas sobre pergaminhos e o sutil farfalhar de folhas, estava lá, diante do relatório que detalhava os eventos recentes, uma narrativa cruel que parecia extrair a última gota de esperança de qualquer um que se aventurasse a lê-lo.

Alguns dias haviam se passado desde a perda de Ethan, o peso da ausência ainda reverberava em cada canto do meu ser, um enterro simbólico fora realizado, uma tentativa de dar algum tipo de despedida a Ethan e Theodore, no entanto, a dor persistia como uma sombra intransigente, uma presença constante que se recusava a dissipar, Emily, envolta em sua própria tristeza, passara esses dias reclusa no quarto e eu... Eu buscava refúgio no trabalho.

O escritório tornara-se um santuário de distração, uma tentativa de sufocar a dor sob a montanha de papéis e relatórios, a cada olhar em direção à porta do escritório, eu me perguntava se, ao menos por um momento, a intensidade da tristeza diminuiria, suspirando profundamente, abaixei o relatório por um instante, sentindo o peso da verdade que se desdobrava diante de mim, Theodore e Ethan não voltariam, o luto, por mais que eu tentasse enterrá-lo em deveres oficiais, ainda persistia em cada centímetro da minha alma.

Ao erguer novamente o relatório, me deparei com detalhes chocantes, Damon, meu próprio irmão, havia sido o arquiteto dessa tragédia, as palavras impressas no papel recontavam a história de sua ligação com o antigo grupo das trevas, Dommus, suas alianças com Comensais da Morte e seu envolvimento no ataque a Azkaban, facilitando a fuga de Jack, cada revelação cortava como uma lâmina, marcando meu coração já tão dilacerado.

A sensação de traição misturava-se com a dor da perda, criando uma tormenta emocional dentro de mim, o mesmo sangue corria em nossas veias, mas as escolhas de Damon haviam criado um abismo intransponível, olhei para o relatório, tentando entender como alguém que compartilhava uma história e um passado poderia se tornar a fonte de tanto sofrimento, o peso da verdade era avassalador, mas eu sabia que, de alguma forma, teria que enfrentar as consequências do que descobri.

O escritório mergulhou em um silêncio pesado, apenas interrompido pelo ranger de uma gaveta sendo aberta, o relatório revelava verdades dolorosas, detalhando como Damon, meu próprio irmão, manipulara um antigo ritual que resultara em uma tragédia, ceifando vidas inocentes, incluindo a de Ethan, ao ler sobre o ritual malsucedido, uma sensação de desespero se apossou de mim, em sua busca por poder meu próprio desencadeou uma força incontrolável que se voltou contra aqueles que estavam perto da residência.

A dor percorreu meu corpo enquanto eu abaixava o relatório, uma tentativa vã de escapar da realidade, o relatório, agora arquivado, representava não apenas uma história de traição, mas também um caminho a ser revisitado, cada decisão, cada ordem que Damon emitira nos últimos anos teria que ser reexaminada, dissecada em busca de respostas que talvez nunca fossem totalmente compreendidas.

Com passos pesados, me afastei da mesa e me dirigi à pequena estação de bebidas, enchi um copo com vodka, a queimação do álcool uma distração momentânea, virei o líquido em um gole rápido, sentindo o calor se espalhar pela garganta, o vazio no peito persistia, mas era momentaneamente obscurecido pela névoa etílica.

Naquele momento permiti-me cair em tristeza novamente, as lágrimas que eu segurara por muito tempo agora fluíam livremente, cada gota era uma expressão da dor que transcendia as palavras, fiquei ali, imerso em meu próprio pesar, o tempo se desfazendo na nebulosidade do momento. Quase uma hora se passou antes que eu reunisse forças para voltar ao trabalho, o escritório, agora impregnado com a melancolia que eu trazia comigo, testemunhou o retorno de um bruxo marcado pela perda.



Robert - Emily - Laura - Lillian - Aaron - Edward

A mesa estava abarrotada de relatórios, cada documento representando uma investigação diferente, eu passava horas revisando e reavaliando cada passo que Damon havia dado dentro do Ministério da Magia, o cansaço era evidente, mas não havia espaço para descanso, cada folha de papel carregava o peso da responsabilidade, a culpa me consumia a cada conclusão que chegava, se ao menos eu tivesse desconfiado de Damon antes, talvez, apenas talvez, Ethan ainda estivesse aqui, a dor da perda era avassaladora e eu me via constantemente perdido em pensamentos enquanto mergulhava nos detalhes das ações de Damon.

Os corredores do Ministério pareciam um labirinto sombrio, ecoando com o eco dos meus passos solitários, a cada porta que eu abria, uma nova revelação me aguardava, não era apenas uma questão de desvendar os atos de Damon, era uma busca por redenção, por alguma forma de compensar o que ele havia feito, mesmo que soubesse que aquilo seria impossível, me encontrava em um ciclo incessante de análises e reflexões, Emily, em seu luto profundo, estava sempre presente em minha mente, não podia permitir que algo assim acontecesse novamente, não podia permitir mais dor.

As noites se estendiam até as primeiras luzes da aurora, enquanto eu me afundava nos arquivos e registros, o cansaço era tangível, mas eu persistia, movido por uma determinação sombria. Enquanto a escuridão da noite envolvia o Ministério continuava a luta solitária contra as sombras do passado, na esperança de que, ao final dessa jornada, eu pudesse trazer alguma luz para aqueles que foram afetados, por isso revisava meticulosamente as ordens e sentenças que ele havia aplicado durante seu tempo como parte do Ministério da Magia, na intenção de descobrir qualquer sinal de manipulação, qualquer influência obscura que ele pudesse ter exercido em seu papel.

Surpreendentemente, o que encontrei foi um padrão de decisões justificadas e ponderadas, Damon parecia ter exercido seu cargo com uma surpreendente imparcialidade, cada veredito era fundamentado, cada punição devidamente justificada, um suspiro escapou de meus lábios enquanto eu processava essa informação. Convocando novamente o conselho administrativo do Ministério, organizei uma reunião para discutir as últimas decisões de Damon, a expulsão de Emily da direção de Hogwarts e a acusação contra Nathaniel, ex-diretor de Azkaban, contudo, a surpresa estava à espreita quando me deparei com a reação do conselho.

Ao apresentar as preocupações sobre as decisões recentes, o conselho não apenas justificou as punições como também expressou concordância com elas, em relação a Hogwarts, alegaram inúmeros problemas durante a administração de Emily na escola, ainda que reconhecessem os benefícios da família Watsgrint, decidiram manter a decisão, quanto a Nathaniel, o conselho concordou em encerrar sua pena, mas não sem impor restrições, uma espécie de bloqueio para cargos de confiança e monitoramento rigoroso durante um ano seria aplicado, o conselho parecia firme em sua posição, desconsiderando minhas tentativas de reverter ou amenizar as decisões de Damon.

Após a reunião com o conselho soltei um pesado suspiro, então peguei uma pena e comecei a redigir a carta. "Caro Nathaniel," as palavras brotaram lentamente, tentando equilibrar a franqueza necessária com uma gentileza adequada, tendo em vista nossa amizade, expliquei a decisão do conselho e as condições que foram impostas a ele, depois de dobrar a carta a encaminhei para Nathaniel, assim como protocolei a nova decisãodo conselho, depois soltei u suspiro, larguei os relatórios e puxei o Profeta Diário para perto, observei as notícias sobre o enterro simbólico de Ethan e Theo, uma tristeza profunda me envolvia novamente, meu coração apertou com cada palavra lida.

Depois passei para a notícia do desaparecimento de Damon, por motivos óbvios as verdadeiras circunstâncias por trás disso permaneceriam ocultas, uma precaução do Ministério até termos maiores informações, embora soubesse que cedo ou tarde a verdade sobre Damon cairia em domínio público, então passei para a próxima notícia, a morte de Noah, o auror encontrado na residência. Fechei a cara, aquilo sim era um mistério, um punhal cerrou-lhe a vida, um método tão distante do ritual que fazia minha mente girar, tentando conectar os pontos, mas as respostas permaneciam longe, soltei um suspiro e joguei o jornal de lado, voltando minha atenção para a papelada, o trabalho tornou-se minha fuga, um refúgio temporário da dor e das perguntas sem resposta.



Robert - Emily - Laura - Lillian - Aaron - Edward

Ao chegar cedo ao Ministério da Magia sinto o peso da tristeza ainda me abatendo, após a perda de Ethan a dor se tornou uma sombra que me segue aonde quer que eu vá, envolvendo-me em seu abraço frio mesmo sob o Sol brilhante da manhã, com passos pesados, dirijo-me ao meu gabinete, onde uma pilha de relatórios e documentos me aguarda, como se estivessem ansiosos para acrescentar mais peso ao fardo que já carrego.

Bom dia Margaret... Pode avisar aos assessores que já cheguei e os aguardo para a primeira reunião? Perguntei para minha secretária que assente, solto um sorriso forçado e entro na sala, aguardando os assessores chegarem, após todos entrarem no escritório iniciamos a primeira reunião do dia discutindo questões urgentes de segurança e política mágica, algo que, com a perda de Ethan, tornou-se ainda mais crucial para mim. Ouço atentamente as opiniões dos meus conselheiros, tomando nota de tudo para ponderar sobre as decisões a serem tomadas.

A reunião toma praticamente a manhã inteira, de maneira que logo já está na hora dos compromissos da tarde, onde me envolvo em uma série de reuniões e negociações com representantes de outras instituições mágicas, dentre eles alguns fornecedores, é um exercício de diplomacia delicada, um exercício entre interesses conflitantes. Sr. Winchester, acredito que poderíamos chegar a um acordo mutuamente benéfico se considerarmos a proposta revisada. Escutei o representante falar enquanto lia atentamente o documento em minhas mãos. Vou considerar sua proposta com cuidado... Mas, por favor, saiba que a segurança do nosso povo é minha prioridade máxima. Após mais algumas horas concluí a reunião.

Ao retornar para o escritório, tento me concentrar nos relatórios, mas a tristeza e a culpa continuam a me consumir., cada página que leio é como um golpe doloroso, um lembrete constante do que perdi, um lamento silencioso que se perde na solidão do meu escritório vazio, me fazendo questionar se poderia ter feito mais para proteger meu filho, se cada escolha que fiz foi a certa ou se simplesmente contribuíram para o seu destino trágico, são perguntas que nunca teria respostas, mas que continuam a me assombrar, como fantasmas do passado.

À medida que a noite avança sobre Londres ainda estou no Ministério, imerso em relatórios e documentos, acabo trabalhando até tarde da noite, buscando distrair minha mente com o trabalho, mas a tristeza persiste, por mais que eu tente me ocupar, a imagem de Ethan não sai da minha mente. Se ao menos eu pudesse te abraçar mais uma vez... As lágrimas ameaçam transbordar, mas eu as seguro com firmeza, como se pudesse conter a dor dentro de mim.

Ao retornar para casa, encontro Emily já adormecida, seu rosto sereno traz um vislumbre de paz em meio ao caos que é minha mente, deito-me na cama, olhando para o teto escuro, perdido em meus pensamentos até que o sono finalmente me encontre mas, mesmo nos sonhos, Ethan está lá, sempre presente, como uma lembrança constante do que perdi e, assim, a noite se arrasta para mais um dia.



Robert - Emily - Laura - Lillian - Aaron - Edward

Sentado em minha mesa, percorro as manchetes do Profeta Diário com um misto de cansaço e preocupação, enquanto o mundo bruxo celebra o aparente fim da era dos Comensais da Morte, uma sombra de desconfiança paira sobre mim. Por que Lilith e Eliot decidiram se render tão subitamente? Claro, eles tinham dito se arrepender de tudo, um desejo de uma vida normal, mas aquilo era dificil de engolir por completo.

Suspiro, deixando escapar toda a tensão acumulada, havia decidido deixar o assunto sob os cuidados da Marie, ela tinha mais problemas com eles que eu então certamente iria ter mais cabeça para lidar com a situação, no entanto, minha mente inquieta se volta para os relatórios sobre Lilith, Eliot e os demais Comensais, cada linha é escrutinada em busca de pistas que possam indicar a presença de outros seguidores das trevas. Será que eles se renderam realmente ou estão tramando algo ainda maior? Porém os relatórios não revelam nada fora do que já sabia, era como se, de fato, os Comensais tivessem se encerrado naquela prisão.

Soltou outro suspiro, aquele era um problema a menos, mas não o fim das preocupações, a prisão dos Comensais não representa o fim de todos os perigos, na verdade não consigo evitar que meus pensamentos se desviem para os Garras Negras, um grupo misterioso que tem despertado minha curiosidade há semanas. Os Garras Negras... O que eles estão planejando? Será que estão se aproveitando do caos deixado pelos Comensais? À medida que o dia avança e a luz do sol dá lugar à penumbra da noite, permaneço imerso nos relatórios e documentos, mas, assim como nos Comensais, não encontro nada.

Por fim solicito os relatórios e informações sobre a Dommus, a organização à qual Damon pertencia antes de sua morte, durante a investigação na casa de Damon uma dúzia de documentos sobre a Dommus foram encontrados, eu já tinha lidado com a Dommus antes, no passado, mas para mim aquele assunto tinha se encerrado cinco anos atrás, quando um ataque fora realizado na sede deles e todos os membros haviam sido mortos, mas, se Damon sobrevivera, outros poderiam ter também. Eu folhiava os documentos atentamente, sabia que era crucial agir rapidamente, antes que as informações se tornem de conhecimento público e o Profeta Diário caia matando naquilo.

Enquanto reviso os relatórios sobre Damon e busco informações sobre a Dommus, flashes da memória de Ethan vêm à tona, trazendo consigo uma onda de tristeza, a perda de meu filho continua a ecoar em meu coração, no entanto, mantenho-me firme em meu propósito de proteger o mundo mágico e assegurar que a justiça seja feita, não podia permitir que outros passassem pelo mesmo que eu, então volto aos relatórios, até, por fim, apagar na mesa.



Robert - Emily - Laura - Lillian - Aaron - Edward

Emily havia retornado para Hogwarts já tinha algumas semanas, de maneira que eu começara a praticamente morar no escritório, desde a conversa que tivemos eu vinha arduamente tentando melhorar, me reerguer da dor e como parte desta tentativa eu vinha demonstrando uma nova postura, mais ativa e menos marcada pela depressão que, antes, começara a cair sobre mim. Larguei a pena e pergaminhos e me espreguicei, olhando rapidamente ao redor, o aroma de café fresco pairava no ar, substituindo o cheiro de uísque que antes começava a reinar, havia notado o aumento no consumo após a morte de Ethan e decidi afastar-me da tentação antes que fosse tarde demais, a mudança era sutil, mas funcional, dando lugar à determinação e à força de vontade.

Respirei fundo e encarei a agenda dos compromissos daquele dia, naquela manhã eu teria uma reunião com os chefes dos departamentos do Ministério, de maneira que evitar um suspiro foi quase impossível, embora fosse necessário avaliar a situação dos departamentos, assim como buscar soluções inovadoras para os problemas que  cada um pudesse ter, as reuniões eram sempre maçantes demais, mas ouvir de cada um os relatórios sobre a situação atual de seus departamentos, buscando identificar oportunidades de melhoria, era uma das minhas obrigações.

Durante a reunião, após ouvir atentamente os relatórios, ponderei sobre as informações que cada um me passava, claro, como quase sempre, a escassez de funcionários de qualidade era um problema sério, na verdade aquele era um problema desde a gestão de Singrid, um problema que era amenizado de tempos em tempos, mas nunca solucionado inteiramente. Respirei fundo e me permiti pensar sobre aquilo, então comecei a sugerir medidas para otimizar o desempenho de cada área, uma maneira de conseguir alcançar a máxima eficiência mesmo com poucos funcionários, claro, eu sabia que levaria tempo para se acertar, mas se tudo desse certo aquilo, novamente, amenizaria a falta de funcionários.

Após aquilo outras discursões foram travadas, a segurança do mundo bruxo precisava ser reforçada, o tempo de resposta contra tragédias otimizado, as relações diplomáticas expandidas, cada área do Ministério deveriam ser minuciosamente analisada e planos de ação traçados. Ao final da reunião decidi me dedicar a revisar os documentos coletados sobre a Dommus e os Garras Negras, ao longo das últimas semanas havia descoberto que a Dommus, originalmente dos Estados Unidos, havia sido praticamente exterminada lá, em uma ação que, curiosamente, eu mesmo havia participado a quase seis anos atrás, depois daquilo Michael e Damon vieram para Londres, trazendo consigo suas ideologias.

Claro, com a morte dos dois a Dommus fora, finalmente, desmantelada, pelo que fora pesquisado, aparentemente, não há mais membros ativos da organização. Apesar da boa notícia, decidi que manteria a vigilância, não queria que aquela ameaça voltasse a surgir, pelo menos até ter absoluta certesa de que a Dommus fora completamente eliminada. Envie esse relatório para o setor de relações públicas do Ministério, ordene que eles avaliem e então repassem a informação para o público. Ordenei para a secretária, que me encarou seriamente de volta, me questionando se eu tinha certeza. Absoluta! Damon era meu irmão, alguém que eu confiei, mas não posso me dar ao luxo de manter essa informação escondida. Soltei um profundo suspiro. Se a informação for divulgada por nós ela poderá ser controlada e causará menos estrago à imagem do Ministério.

Disse com calma, estava ciente que havia falhado em averiguar quem era Damon de verdade, mas também estava ciente que ele enganara toda a sociedade bruxa londrina por anos e divulgar aquilo, ainda mais após uma profunda investigação, poderia evitar que a informação vazasse de outra forma e que o ministério, e eu, fosse questionado a cerca. Depois que minha secretária saiu olhei para o outro arquivo, os Garras Negras, um grupo que continuam a ser um enigma.

Inicialmente eram apenas um grupo de mercenários que desapareceram do radar por anos e que agora, recentemente, retornaram como um potencial grupo das trevas, claro, suas atividades recentes erão misteriosas e não afetavam tanto a sociedade bruxa, contudo não estava disposto a cometer o mesmo erro novamente, de maneira que reconhecia a necessidade de manter o foco e monitorar seus próximos passos.

Enquanto revisa os relatórios uma dor persistente no ombro direito se fez presente, uma lembrança do duelo com Michael durante a invasão em Azkaban, a dor, ora branda, ora intensa, vinha aumentando nos últimos meses, algo que me gerava preocupação, não pela dor em si, estava acostumado a passar por torturas, de modo que a dor era quase uma brisa, o problema era o que ela causava, uma falha em minha capacidade de conjurar feitiços. Já havia ido ao Mungus e feito uma checagem completa, claro que como uma desculpa, apenas informando que era uma precaução extra dado meu cargo, principalmente para que Julie não me internasse até descobrir o que estava errado comigo, mas nenhum problema foi detectado.

Soltei um suspiro pesado, aquilo deveria se manter em segredo até que eu descobrisse o que era e como resolver e, uma vez que afetava minha magia, também deveria ficar atento quanto a acabar em meio de uma duelo. Soltei outro suspiro profundo antes de retornar ao trabalho, concentrando-me em suas tarefas até o horário de ir para casa, ao contrário do que vinha fazendo nos últimos dias, onde usava o sofá do escritório como cama, eu precisava, urgentemente, de uma cama de verdade para dormir.



Robert - Emily - Laura - Lillian - Aaron - Edward