Área Externa

palavras são, na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia

Kall at Queen of Graphics

Primeiro passo

Contrariando todos os meus planos desde que voltei à Inglaterra optei por ficar morando com Edward e Julie mas era isso ou morar com meus pais e depois do nosso reencontro (com direito a frases do tipo: "nos esforçamos tanto para te educar bem e depois que se envolveu com aquele Winchester desaprendeu até a escrever Victoria?"). Em parte, não os julgava. Meu orgulho ferido me impediu de tomar qualquer atitude que significasse demonstrar vulnerabilidade quando fui abandonada por Robert. Depois acabei me acostumando a ficar só e não busquei contato. Agora nem preciso dizer que eles se encantaram com a neta. Em pouco tempo Laura se tornou a luz dos olhos deles e meu pai chegou mesmo a dizer que o único defeito de Laura era ser filha de Robert Winchester e nem disso ela tinha culpa. Enfim, "falando" em Robert precisava marcar o encontro com ele para contar sobre Laura antes que ele descubra por terceiros - e não é porque me preocupe em ferir os sentimentos inexistentes dele; é apenas porque EU não sou esse tipo de pessoa.

Sentada em uma das mesas à beira da piscina, enquanto Laura se divertia e dava uma folga ao tio. tentava me focar no bilhete que enviaria por Gaia, ouvi de minha filha que eu precisava de umas férias, sorri. Não era disso que eu precisava, precisava de um Vira Tempo urgente. Precisava que minha vida voltasse no tempo pelo menos uns 6 meses, para quando os fantasmas do meu passado estavam absolutamente enterrados onde deveriam.

E falando em passado, aquela era a terceira ou quarta coruja que eu recebia de mamãe naquela manhã e a pergunta se repetia, como nas anteriores: " E então querida já resolveu as coisas com o Winchester?", suspirei exasperada -Eu não preciso resolver nada com o Winchester, apenas comunicar que ele tem uma filha. E  possivelmente ser obrigada  a conviver com meu passado negro...Posso me matar agora ou mais tarde? - Obviamente não respondi isso na missiva breve endereçada a minha mãe em seu solar na Irlanda onde ela residia atualmente. Rascunhei algo como: "pretendo fazer isso em breve então nas próximas 5 horas essa situação não mudará."

Mal a coruja partiu, recebi um comunicado do Ministério sobre meu pedido de troca de plantão para acompanhar o casamento de Edward e Julie, aproveitei que estava num momento "respondendo missivas" e peguei a pena a fim de escrever para Robert - Victoria, pare de agir como uma adolescente buscando um meio de fuga...- me censurei mentalmente.

Feito isso fitei Laura que brincava despreocupadamente. A vida dela estava prestes a mudar (novamente) e eu receava o que viria com essa mudança. Na verdade, não queria admitir mas temia que ela gostasse de Robert e acabasse se apegando a ele e que isso a fizesse sofrer... Tais pensamentos me destruíam. Entendo que não seja assim fácil de descobrir de uma hora pra outra que o pai do qual eu pouco falava ressurgiria na sua vida e que talvez as coisas não sejam exatamente como ela acreditava. Não tínhamos conversado muito sobre o pai dela desde que chegamos a Inglaterra, o que me intriga já que ela sabe que seu pai biológico é britânico. O que isso importava agora? Por que eu me preocupava com isso? Robert não era nada além de um pai biológico, uma vez que nunca se interessou em saber se eu estava viva ou morta e isso se estendeu a nossa filha.

Suspirei passando a mão entre os cabelos num gesto inconformado deitando-a sobre a pilha de pergaminhos enquanto refletia sobre o que o Alto esperava trazendo meus fantasmas de volta para me assombrar. Tudo o que eu sei é que não estava gostando nada disso e só esperava que não ficasse pior do que já estava. Entenda isso como: o pai biológico dela ressurgisse das cinzas depois de quase 10 anos de puro desprezo e rejeição bancando o pai herói. Daí, eu não estar tão empolgada em marcar esse encontro, não podia correr esse risco de depois de tantos anos ter que "dividir" minha filha com alguém que nos virou as costas quando mais precisamos dele.

Senti alguma coisa bicar minha mão e ergui meus olhos para Gaia, ela estava impaciente. -Ok, vou escrever pra ela e que Morgana nos proteja. - e, em pouco tempo, lá estava o bilhete sugerindo um encontro com ele na noite seguinte quando pretendia deixar Laura com Ellie, a quem Laura praticamente adotou forçadamente como madrinha, já que achou o máximo que a mulher fosse uma auror. Imagine como ela reagiria quando soubesse que o pai era o auror sênior??? Morgana, me leva!

⚭ Local: Mansão Summiregis
⚭ Roupa: Veste
⚭ Citou: Laura, Ellie, os pais, Edward, Julie e, claro, Robert.

wiht mommy

Estava em meu quarto quando meu pai chega apressado, no meio da tarde. Fico sem entender as coisas que ele estava falando no andar de baixo, mas não que precisasse ele logo abre a porta do meu quarto e se senta na cama me olhando sério. – Filha, preciso que arrume uma mala de roupas rápido e fique pronta para ir a casa de seu tio Edward. – ele levanta agitado e abre a porta de meu guarda roupa pegando uma mala e colocando-a no chão. – Pai, você vai viajar? – pergunto.

Geralmente quando preciso ficar com tio Ed e com tia Julie são para ele resolver coisas sérias – Você encontrou a mamãe? – era minha esperança para ele estar saindo correndo daquele jeito, mas não fora a resposta que eu recebi. Ele só pediu novamente que arrumasse tudo e o encontrasse no saguão. – tudo bem, estarei la em cinco minutos. - Pego varias roupas, e só as jogo dentro da mala, e sigo escadaria a baixo com a mala sendo puxada logo atras de mim.

Sem delongas meu pai e eu seguimos para a casa de Tio Ed que na verdade era apenas algumas casas para baixo da nossa. Eu entro correndo na sala assim que a porta é aberta. Dou um abraço em tia Julie e em tio Ed, um cheiro no bebe que estava numa espécie de berço com redes de proteção.

Meu pai os puxa para um canto mais afastado, mas consigo os escutar perfeitamente. Ele estava indo atacar o esconderijo dos comensais, era obviamente perigoso, tia Julie tentava argumentar com ele sobre esse plano de invadir o local dos comensais. – Você vai me deixar igual a mamãe fez? – eu apareço no local onde estavam os três me encaram e Robert tenta contornar a situação mas ficou claro que ele iria sair em sua missão – Vai pra sua missão – digo chateada enquanto ele explica que é seu trabalho e que não pode deixar de ir. – eu não me importo. Vai, vai logo pra sua missão. – deixo o comodo seguindo para o quarto que ainda me pertencia desde que mamãe e eu nos mudamos para Londres.

[...]

Escuto um barulho nos jardins da casa, olho pela janela e vejo três pessoas, uma delas era criança e corro descendo as escadas até a área da piscina e reconheço a mulher, Marie, a ministra da magia. Não sei bem o que estava dizendo a meus tios, apenas escuto ela se despedir do filho.

O reconhecia das aulas, era da sonserina um tremendo encrenqueiro. Nunca havia de fato trocado mais do que algumas palavras com ele, geralmente era para tirar duvida sobre as atividades. Quando vejo que ela e o rapaz que a acompanha estão prestes a sair eu sorro a chamando – Ministra!! – eu chego próximo de onde eles estão, escuto tio Edward me chamar mas não dou bola para eles - Você pode pedir pro meu pai voltar pra mim? Minha mãe saiu em missão e não voltou... diga a ele que eu preciso muito que ele volte - eu olho no fundo de seus olhos ela sorri com calma se aproximando de mim e diz que ela mesma o trará para mim. Em seguida se despede do sonserino e aparatam.

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