Sala de Jantar

palavras são, na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia

Kall at Queen of Graphics

São na guerra, indomáveis dragões.

A carruagem me deixa na porta e eu abro a porta com a chave reserva que sempre ficou comigo depois de anos. Os guardas mandam eu entrar e fechar a porta com a chave do lado de fora. Eu obedeço pois sei que nada pode ser melhor e tudo pode ser pior se eu tentar dificultar. Ao fechar a porta vejo eles colocando os feitiços que me desintegram se eu tentar sair da casa, um feitiço que precisa de reforço de seis em seis horas. Marie? Skriniar? São os primeiros nomes que eu grito a me virar para a parte de dentro da casa, toda escura e silenciosa. Kiara? Eu tento também ate me lembrar do dia em que é. Respiro fundo lembrando do evento da noite de hoje na mansao Valak, uma que eu perderia.

A festa, havia me esquecido... Eu digo com o coração aflito por continuar sem saber se meu filho estaria bem ou se continuava sequestrado. Caminho ate a sala de jantar da casa e me sento em uma cadeira determinado a ficar acordado e esperar que as meninas cheguem da festa. Escuto minutos depois o barulho de algo caindo no segundo andar, olho para o teto e me alerto, levantando lentamente da cadeira que estou sentado sem fazer barulho. Imaginando que Marie, Kiara e esperançosamente Skriniar estão na festa, eu fico sem fazer um pio, mal respirando para fazer silencio.

Achando estar sozinho na casa, sinto minha pele se arrepiar e meu corpo entrar em alerta a qualquer perigo que esteja querendo me atacar, um inimigo antigo, um prisioneiro que escapou, comensal ou qualquer outra pessoa.

São na guerra, indomáveis dragões.

Pego um abajur da mesa da sala de jantar por estar sem varinha e coloco minha mão levemente tremula na porta para abrir. Usualmente minha confiança me blinda mas cansado de uma semana preso com comida precária e sem o direito de possuir uma varinha, eu sou um cordeiro inofensivo. Apesar do medo de enfrentar o que quer que esteja do outro lado, eu penso em meus filhos, Marie e no que estão a procura. Fecho meus olhos por alguns segundos e rezo a qualquer um que me escute e com coragem eu abro a porta em um rapido movimento, ergo o abajur e olho em busca do que fizera aquele barulho.

Ao ver o que procuro, eu peço mil vezes mais que tivesse sido um sequestrador, comensal ou um inimigo. Kiara esta a empurrar um menino sem camisa, ela igualmente somente com um sueter por cima do tronco e calcinha preta. Do menino só restava as calças e assisto ela o jogando para fora de nossa casa numa brutalidade.  Kiara?! Eu pergunto e grito em uma mistura de confusao e terror em ver minha menina naquele tipo de cena. Ela se vira enquanto ia ate a cozinha,  seus olhos se encontram com o meu em desespero e um "pai" sai fininho e desesperado de sua voz enquanto ela me olha surpresa e nervosa ao me ver em casa.  Você foi solto? Mamãe não me disse que você viria pra casa.... espera... você fugiu? Ela pergunta me envolvendo em um abraço, fico confuso por qual caminho seguir naquele momento e retribuo seu gesta a apertando forte.

Claro que  nao minha querida. Sua mae pediu a prisao domiciliar para mim. Você nao deveria estar na festa dos Valak com sua mae?? E que aquele menino estava fazendo aqui?? E sem roupa? Eu pergunto nervoso e deixo o abajur na cômoda de volta e apoio minhas maos sobre uma das cadeiras da sala de jantar enquanto vejo ela suar frio a minha frente, gaguejando oara achar uma desculpa. Qual o nome daquele rapaz Kiara?Eu pergunto em um tom mais firme, me começo a perguntar se Marie andava dando aquela liberdade em excesso para nossa filha.

 Derek Sinclair, pai, mas voce nao viu que eu só estava o expulsando daqui?? Ela respondeu nervosa eu dou um passo na sua direção sabendo que sua resposta era uma tentativa de fugir da verdadeira resposta. Mas se estava só  expulsando ele por que ele estava sem roupa?? Sua mãe sabe que vocês dois estavam aqui em casa sozinhos? Eu pergunto para ela que ergue as mãos me pedindo calma e começa a me responder.