Quarto 38

É fácil rir. É fácil odiar. Mas é preciso coragem para ser gentil.

Kall at Queen of Graphics

Logo depois de pegar o colar Derek e eu vamos até a mansão de sua família. O local me deixa surpresa pelo tamanho. Estava acostumada com uma casa grande e luxuosa afinal a minha era assim, mas não chegava aos pés da mansão Sinclair.

Fico imediatamente nervosa, Derek parece perceber e logo segura minha mão, intercalando os seus dedos aos meus. Os tios de Derek me cumprimentaram com um aceno de cabeça, quando passamos pela porta de mãos dadas, mas ao sentir o olhar da avó cair sobre mim, instantaneamente solto sua mão. Ela tinha o tipo de olhar que podia fazer você encolher ao tamanho de uma pulga e ainda sim ela saberia exatamente onde você estava.

Ouço a velha dizer a Derek que era para me mandar embora, estava pronta para apenas virar de costas e sair, mas ele acabou respondendo dizendo que não ficaria ali, o que me fez esboçar um quase sorriso. Afinal eu queria mesmo que ele ficasse comigo.

***
Enfim, voltamos ao hotel agora fazendo check-in no quarto que minha mae reservara em meu nome e cancelando a suíte que havíamos pego anteriormente. Adentro o quarto com minha mala seguida de Derek, e somos surpreendidos pela única cama em meio ao quarto. Caminho pelo ambiente para ver se não tinha nenhuma outra cama e quando fico de frente a ele percebo o clima de tensão, principalmente quando ele se oferece para ir pedir um quarto com duas camas – Eu acho que não precisamos trocar... quero dizer – limpo a garganta para que minha voz saia com mais certeza. – Podemos dividir... se não tiver problema pra você – sorrio aconchegantemente.

Coloco minha mala no canto do quarto enquanto o observo por a sua em cima da cama enquanto se desculpa por como sua família agira em minha presença, e claro como agiram comigo. Deixo de olhá-lo por alguns segundos e passo a fitar o chão. Não sabia o que falar, não era o tipo de recepção que eu esperava ter, não por mim, mas não esperava ver como eram frios uns com os outros. Frios com Derek. – Está tudo bem... só não estava esperando o clima tenso – digo fingindo dar de ombros, mas sabia que aquilo ficaria alguns dias em minha cabeça. - O que acha da gente sair para comer? - Encosto-me em uma cômoda que fica em frente a cama enquanto olho para ele que ao analisar minha expressão, dá outra ideia. - A não ser que prefira pedir um Ibruxo e fazer algo mais... Pessoal.

Descruzo meus braços à medida que Derek se aproxima de mim. Meu coração de repente dispara, como se fosse saltar de meu peito a qualquer momento. Seu rosto agora muito perto do meu, a única coisa que eu permitia mover eram meus olhos que seguiam de seus olhos a sua boca incessantemente. – Algo mais pessoal é extremamente... atrativo.

Derek havia me chamado atenção desde o primeiro momento que coloquei meus olhos nele quando estávamos comprando nossos materiais no Beco, os tours que ofereci a ele por Hogwarts apenas para poder me aproximar, e talvez ganhar sua atenção. Quando passamos a manhã nos jardins, eu, no fundo sabia que havia chamado sua atenção, mas sempre estávamos rodeados por muitas pessoas, e enfim este momento. Erámos só nós dois, nem ninguém para chegar atrapalhando, ou ficar nos observando.

Naquele momento, seu rosto praticamente colado ao meus, era o que eu estivera esperando por alguns meses. Fixo meus olhos nos seus antes finalmente acabar com qualquer espaço que havia entre nós e beijá-lo como queria fazer há tempos.

Seus braços passam por minha cintura rapidamente me erguendo para me sentar na cômoda enquanto acomoda seu corpo entre minhas pernas, sem interromper o beijo passo minhas mãos por seu cabelo e por sua nuca, desejando que não acabasse. Cruzo minhas pernas em sua cintura sem deixar que ele se afaste e sinto suas mãos passearem por minhas costas.

Kiara - Rosalie - Laura - Kieran - Brunna - Derek - Adora

Um arrepio atravessa meu corpo inteiro no momento que sinto sua mão em me cabelo puxando para trás, abro meus olhos encarando-o. E não deixo de sorrir ao ouvir que ele me desejava há algum tempo, acreditava que ele podia sentir que aquele era um desejo mutuo. Passo minhas mãos por sua nuca e as desço para suas costas enquanto sinto seus lábios encostarem em meu pescoço, marcando-o como seu. No momento em que ele volta sua boca para minha, aproveito para marca-lo nas costas com minhas unhas, enquanto grudo meu corpo ainda mais ao seu se é que isso era humanamente possível. Suas mãos começam a explorar a pele por debaixo de minha blusa, seguindo das costas, para minha barriga e subindo, ate envolver meu seios o que imediatamente me faz soltar um gemido baixo durante o beijo.

Em questão de segundos minhas mãos estão na bainha de sua camisa puxando-a para cima e aproveito a breve interrupção em nosso beijo, para distribuir beijos do lóbulo de sua orelha até a base do pescoço onde deixa uma mordida, mancando sua pele. – Serviço de quarto – grita alguém na porta logo após de duas batidas.

Reviro meus olhos no momento em que interrompemos o beijo, sequer havíamos ligado pedindo qualquer coisa. – isso são horas? – solto minhas pernas do quadril de Derek e escorrego de seus braços. Ajeito minha blusa que estava para cima, de um jeito que não seria interessante um desconhecido ver. Caminho, tranquilamente até a porta, abrindo-a pela metade de modo que, o rapaz com o carrinho cheio de comida e guloseimas, pudesse ver somente a minha pessoa. – Obrigada, deixarei sua gorjeta no checkout. – sorrio para ele desejando um bom serviço e fecho a porta, trancando-a.

Empurro o carrinho até o meio do quarto, puxando a tampa que protegia a comida mais quente. Minha mae devia ter adivinhado ou sabido de alguma maneira que Derek estava comigo, pois a quantidade de comida no carrinho dava para nós dois e ainda sobrava. Pego o bilhete, escrito com sua bela caligrafia. “Aproveite suas férias meu amor, e comporte-se. M.” – Presente da minha mãe – digo olhando para ele que estava ainda sem camisa, e agora ao meu lado observando tudo o que tinha no carrinho.

Ele coloca uma bala de mel em sua boca e com um sorriso nada inocente me olha perguntando se eu queira. Ele aponta para a bala, mas levando em consideração o momento em que estávamos antes da comida chegar podia muito bem ter dois sentidos. – A bala, ou você? – retribuo o sorriso malicioso e me aproximo dele colocando as mãos em seu peito, forçando-o a dar alguns passos para trás até que a cama surge atrás dele fazendo-o se desiquilibrar e sentar.

Me mantenho de pé em sua frente rápidos segundos, mas logo inclino meu rosto em direção ao seu, voltando a beijá-lo dessa vez sem a urgência do primeiro beijo. Sento em seu colo pousando uma perna de cada lado de seu quadril, enquanto sinto seu braços mais uma vez envolverem minhas costas. Antes de encerrar o beijo, roubo a bala de sua boca para mim e roubo dois selinhos dele – Vou ficar com a bala – jogo a cabeça para trás deixando a risada escapar assim que vejo sua expressão e sinto os leves apertos de suas mãos na lateral de meu corpo me fazendo cocegas.

Depois de implorar, em meio a ataques de risos, que ele parasse com as cocegas, me jogo ao seu lado na cama e fico deitada, acalmando a respiração quando vejo ele se levantar e buscar alguma coisa mais consistente para comer. Ele me oferece, o que parecia ser algum tipo de salgado mas nego com a cabeça – obrigada, não estou com fome – digo a ele que franze a testa. Eu sentia que algum tipo de pergunta viria a seguir.

Skriniar havia sido meu guarda costas da comida por anos depois que Marie descobrira que eu passava dias sem me alimentar, e quando comia era pequenos grãos. Não consegui me lembrar do porquê simplesmente não comia, era como se a razão disso tivesse sido tirada de minha memória assim como grande parte da minha infância. Eu sabia que tivera uma família, mas quando tentava lembrar de seus rostos, de nossas conversas é como se tudo tivesse desaparecido. Marie até me levara para conversar com Julie, mas a conversa nunca ia além. E quando tentava comer, a quantidade que Marie e Skriniar queriam o máximo que acontecia era uma ida ao banheiro no momento seguinte, e então tudo para fora.

Eu havia conseguido driblar os encontros com Derek nas horas de alimentação pela escola, e não havia pensado em toda essa questão da comida quando decidimos vir para a Itália. Logo ele fala/faz algo.

Kiara - Rosalie - Laura - Kieran - Brunna - Derek - Adora